quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Exposição Tempo de Criança
A memória da infância está sempre associada a um momento significativo de alegria conduzido por um universo lúdico, mágico, imaginário e subjetivo, produzido através do brincar. Entretanto, a tentativa de mergulhar nesse universo representado por trajes, assessórios, fotografia, brinquedos e outros suportes lúdicos, exige de nós espectadores uma reflexão a cerca do contexto histórico, social e cultural em que a criança estava inserida.
Os trajes e assessórios que compõem esse universo infantil se comportam como código de leitura e signos de adesão e/ou exclusão social. O vestir e a veste podem ser identificados como elementos utilizados para moldar o comportamento da criança e definir os papéis sociais e, sobretudo, de gênero na sociedade. No universo feminino percebe-se que não havia muita distinção entre o modo de vestir da mulher, da criança e da boneca. Em todas as fases da vida o traje feminino se pautava no principio da sedução através das rendas, bordados e fitas, predominantemente brancos em sinal de pureza, como estratégias de conseguir matrimônio e, conseqüentemente, inserção na vida social.
O uso do branco em sinal de pureza faz-se presente ainda nos ritos de iniciação e passagem cristão-católicos representados na exposição através das roupas de batismo, usadas em ocasião dos primeiros sacramentos, cujos modelos, até então, não faziam distinção de sexo. Do mesmo modo, nas vestes de primeira comunhão, celebração que marca o recebimento do Corpo e Sangue de Cristo sob a forma de pão e vinho, o predomínio do branco acompanha também os assessórios como bolsas, terços e missais, que seguirão a menina na vida religiosa.
Os suportes e práticas lúdicas também desempenham um papel significativo na transmissão de regras e padrões comportamentais. Para as meninas, o exercício das atividades domésticas se dá através de panelinhas, fogõezinhos, ferrinhos de passar, louças e móveis em miniatura, bonecas e bebês utilizados nas brincadeiras de casinha, comidinha, mãe ou professora. O universo do menino relaciona-se sempre à força, agilidade e virilidade através de bolas, cavalos, peões, soldados, carros e revolveres, moldando o homem de ação para o trabalho de inteligência e enfrentamento. É nesse contexto que se insere a preferência pelo traje de marinheiro usado pelos meninos até meados do século XX.
Contudo, é importante entender a criança não apenas como sujeito passivo à espera da modelação dos adultos. As práticas lúdicas possibilitam a subversão da ordem estabelecida por regras de conduta social, ampliando as possibilidades de interpretações e representações próprias do mundo metafórico e subjetivo da criança, capazes de interferir no processo de transformação da história e da memória coletiva.
O brincar cria o lugar de enlace metafórico entre a criança e o seu mundo. Entretanto, surpreender o tempo e brincar, hoje, é um ato de extremo desafio frente a avassaladora rede e aparatos tecnológicos que invadem a vida da criança anestesiando o corpo e tendem a apagar a memória do brincar pelo excesso paradoxal de estímulos oferecidos em um ritmo veloz e instantâneo, através de suportes mitificados, quase totêmicos, de conseqüências, ainda não estudadas.
Marijara Queiroz
Museóloga
BENJAMIM, Walter. Reflexões sobre a criança o brinquedo e a educação. São Paulo: Ed. 34, 2002.
OLIVEIRA, Ana Karina Rocha de. Museologia e Ciência da Informação: distinções e encontros entre áreas a partir da documentação de um conjunto de peças de ‘Roupas Brancas’. Dissertação (mestrado). São Paulo: ECA/USP, 2009.
REIS, Adriana Dantas. Cora: lições de comportamento feminino na Bahia do século XIX. Salvador: FCJA; Centro de Estudos Baianos da UFBA, 2000.
TEXEIRA, Maria das Graças de Souza. Infância, o sujeito brincante e as práticas lúdicas no Brasil oitocentista. Tese (doutorado). Salvador: FFCH/UFBA, 2007.
VISITAÇÃO
10 de outubro a 15 de novembro de 2009
Terça a sexta de 10h às 12h e de 13h às 18h e sábado de 14h às 18h
Valor: R$5,00 e R$3,00
Fundação Instituto Feminino da Bahia
Rua Mons. Flaviano, 02, Politeama, Salvador Bahia
CONTATOS: (71) 3329-5522/5520 ou museu@institutofeminino.org.br
sábado, 10 de outubro de 2009
Arte de dobrar papel.
Gostou? Ficou com vontade de fazer? Um dos meus passatempos preferidos agora é fazer caixas de origami. É bastante terepêutico fora que é uma maneira de reciclar papel. Seus presentes e cartões ficam bem mais interessantes. Não é difícil, não precisa de muito material e você ainda pode aprender sozinho ou pode chamar amigos para uma tarde produtiva. Como aprender?
sábado, 3 de outubro de 2009
Video Games Live Salvador 2009!
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
Qual o mais sexy?
quinta-feira, 16 de julho de 2009
Europa outra vez.
As promessas da viagem são muitas, principalmente vindo de Madrid. Podem atirar várias pedras em mim mas Madrid ainda é minha escolha preferida. Muitos preferem Barcelona, mas essa cidade cativante e maravilhosa (que já conheço) me parece muito limitada ao modernismo e em Madrid me oferece de tudo e o tempo todo. Quero ver a exposição de Annie Leibovitz, Século XX no Museu do Traje, Matisse e Artemisia Gentileschi no Thyssen-Bornemisza. Esse Museu também está com a novidade de ficar aberto até mais tarde e o café do terraço tem uma vista linda da cidade. Também quero ir no Parque da Warner e consumir brinquedos americanos bobos que destroem nossas mentes. Andar pela Fuencarral, comer donner Kebap e menus russos, alemães e gregos! Tentaremos ir ao show do NIN.
Também vou a Dinamarca visitar um amigo de Ramon. Pretendo comer chocolate, ver a bailarina de Degas, assistir no Tivoli o show do Kaiser Chiefs e tentar conseguir ingresso para o show do Matellica!\m/ Tentarei dar uma esticadinha em Malmo na Suécia porque fica perto e as coisas são mais baratas.
Lá em Galicia tem exposição de Tarsila do Amaral e os museu de ciencias da Coruña! Muito vinho, feiras e festas populares. Um pequeno passeio pelo Cebreiro e Sarria para que meu namorado sinta um pouco do feeling do Caminho de Santiago. Tem show do Leonard Cohen em Vigo, churrascos de família. Tentarei passear no Porto e na Valencia Portuguesa.
domingo, 5 de julho de 2009
Videoclips
Adeus Michael
P.S.: Ainda bem que fui ver Madonna no Rio!
sexta-feira, 3 de julho de 2009
Livros para as férias
Lulu vê Deus e Duvida - Danielle Ganek
Eu fui Vermeer - Frank Wayne
Dores do amor romântico - Fernanda Young
sábado, 6 de junho de 2009
Don't be plasticine
As fotografias de Alison Brady e Miles Aldridge me faz pensar que as vezes parece que só nos resta um surrealismo osmótico, pautado na influencia da imagem publicitária. Graças a Deus (ãh?) a arte ainda nos salva deste destino ou nos mostra esse destino.
Porque muitas coisas hoje parecem inacreditáveis, tanto que ou a gente pira nelas ou nem liga. Ainda com Breton: "Tamanha é a crença na vida, no que a vida tem de mais precário, bem entendido, a vida real, que afinal esta crença se perde." Mas será que a gente está tão saturado que nossa retina não é mais apreendida pela surpresa. Mas, diferente do inicio do século, será que o surrealismo só nos resta no olhar do voyeur? Não o voyeur dos reality show mas quando você se serpreende olhando uma pessoa com olhos diferentes do que nunca imaginou. Quantas paixões você já teve a sorte de chamar de surreal? Ainda nos resta um subconsciente que não seja programado?Será que nossos sonhos são mais impostos que pensados, porque a moral caiu e para sonhar precisamos ultrapassar do abusivo de uma pornografia escatológica ou de uma lógica de mercado? Nosso surrealiso é de mercado.
Considero o trabalho de Brady surrealista. Nossos sonhos hoje são perseguidores. Ter um bom gurda roupa, belos cabelos, e belas pernas são sonhos que nos perseguem. Não consegui-los mete medo, trilhar o caminho para tê-los também. Tê-los quase sempre nos tira a personalidades. Hoje somos artificialmente compostos por roupas, cabelos e pernas (falseadas por meias)...Talvez nada mais que isso. Não me recordo agora quem falou que para conhecer de verdade alguem era necessário saber suas aspirações e não o que ela faz. O quanto de validade isso tem hoje. essa frase tanto pode ser obsoleta quanto terrevelmente verdadeira. A fotografia de Brady tem um ar muito intimista com ambientes internios e papéis de parede acolhedores, afirmando ainda mais o caráter de sonho.
Post em homenagem aos Ricardos de minha vida que gostam de Lachapelle.
segunda-feira, 1 de junho de 2009
Por debaixo das camadas
sábado, 30 de maio de 2009
sexta-feira, 22 de maio de 2009
Companhia de dança Pilobolus de volta a Salvador após 12 anos!
domingo, 26 de abril de 2009
Ray Caesar, ele nasceu um cachorro.
É aasim que começa a biografia de Ray Caesar em seu website. Daí para a frente as coisas só ficam mais estranhas com fotos de uma criança com cabeça de cachorro e textos que lembram sonhos, profundos e desconcertantes. Opiniões fortes, rancores mais fortes ainda que combinam muito bem com as obras do artista. Sempre tive vontade de postar sobre ela, principalmente depois que postei sobre sia pupila Lory Early. Sempre ponderei o desejo porque as obras parecem conter uma temática infantil e sexual desconcertante. Na verdade o artista não é um tarado. As imagens são justificadas pelos 17 anos de trabalho em um hospital infantil que recebia todos os casos, de abuso sexual a cirurgias de reconstituição de face. Segundo ele: foi um tempo de muitas tristezas, mas de muitos milagres também.
A técnica inteiramente digital é primorosa e a personalidade e a ahistória do artista mais ainda. Vale a apena explorar...